Os danos verificados nos frutos e nas plantas em função da ocorrência de chuvas acompanhadas de granizo, nas diferentes fases de desenvolvimento dos frutos, representam prejuízos para a qualidade das maçãs e danos às plantas, representados por gastos energéticos da planta para a recuperação das áreas danificadas, bem como pela maior suscetibilidade ao ataque de doenças, em função dos ferimentos. As plantas apresentam lesões em todos tecidos, de modo amplo ou localizado em uma faixa do pomar (dependendo da ocorrência do evento). Nas folhas que ainda permanecem nas plantas se observam furos e rasgos irregulares, os quais expõem uma borda marrom (oxidação) após o dano. As lesões por impacto do granizo também são facilmente observadas nos fruto e ramos, que também se tornam oxidados com o tempo. Além dos danos mecânicos, o granizo pode causar prejuízos indiretos às plantas em função da redução da superfície fotossintetizante, rompimento da circulação da seiva (danos nos ramos) e o favorecimento à ocorrência de doenças (as lesões são "porta de entrada" para os fungos).
O granizo ocorre principalmente na primavera, com a combinação de fatores climáticos (umidade do ar elevada, sistemas convectivos de massas de ar e entrada de frentes frias), gerando rápido aquecimento do ar e a consequente formação de nuvens do tipo cumulonimbus. A utilização de telas antigranizo tem sido a principal estratégia utilizada pelos produtores de maçãs para minimizar os riscos de danos pelo granizo e, apesar de seu elevado custo, seu emprego tem aumentado em pomares de macieiras nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É uma tecnologia de grande eficiência para controle de danos provocados por este evento climático, porém tem um impacto significativo na fisiologia da macieira, com reflexos no crescimento e desenvolvimento das plantas, capacidade produtiva e qualidade dos frutos. Como estratégia indireta, também pode ser usado o seguro agrícola, principalmente nos locais de maior risco.
A recuperação dos pomares dependerá do nível de danos, sendo importante o produtor inspecionar rapidamente as áreas afetadas. Independentemente do nível perdas, o produtor deve manter o planejamento e a execução do manejo fitossanitário, de modo a proteger as plantas de infecções por fungos que podem ocorrer através dos ferimentos. No caso da ocorrência de granizo na fase inicial do desenvolvimento dos frutos, é recomendável fazer o raleio dos frutos mais afetados. Em áreas novas, com plantas em formação, deve ser feita poda retirando os tecidos danificados, seguindo a recomendação de proteção com tinta e fungicida das áreas de corte e, se possível, das áreas com ferimento.
