A mariposa Grapholita molesta, também conhecida como mariposa-oriental ou grafolita, apresenta coloração pardo-escura e um comprimento entre 5,5 e 7,0 mm. As fêmeas são maiores que os machos, porém de difícil percepção sem os exemplares comparativos numa mesma amostra. Os adultos apresentam hábitos crepusculares com atividade de voo concentrados entre 17:00 e 22:00 horas. A temperatura base para o desenvolvimento é de 9°C, sendo necessário o acúmulo de 482 graus-dias para completar um ciclo de vida. A oviposição inicia entre um e três dias após a cópula. Os ovos são de coloração branca ou branca-acinzentada, com diâmetro entre 0,5 e 0,9 mm. A oviposição é de forma isolada na face inferior das folhas ou diretamente nos ramos ou frutos, onde um número médio de ovos entre 30 e 40 é depositado. As lagartas apresentam coloração branca-creme até o terceiro instar, passando à tonalidade rósea nos estádios finais do seu desenvolvimento, e podem medir entre 10 a 12 mm. As lagartas apresentam uma estrutura quitinosa característica no último segmento abdominal conhecida como "pente anal". A pupa fica protegida por um casulo de seda e localiza-se geralmente sob fendas na casca, na base do pedúnculo do fruto ou no solo; são de coloração castanho-clara a pardo-escura, conforme a fase do desenvolvimento, e possuí tamanho que varia entre 5 e 7 mm de comprimento. Na temperatura de 26°C as durações médias de cada fase do ciclo de vida de G. molesta, em dias, são: ovo (3,1); larva (12,3); pré-pupa (3,4); pupa (7,7); adulto (14,8) e pré-oviposição (2 a 3).
Os hospedeiros da mariposa-oriental são o marmelo, a maçã, o damasco, a cereja, a ameixa, o pêssego e a pera. Também há relato de ocorrência da praga em caquizeiro, nogueira-pecã e roseira.
A mariposa-oriental causa danos atacando frutos e brotações (ponteiros). O ataque na fase vegetativa da cultura é mais importante no período de formação da planta no pomar ou nos viveiros, podendo, em ataques mais severos, comprometer a boa formação da planta. Após a eclosão, as lagartas penetram nos ramos e os sintomas aparecem a partir da segunda semana, quando ocorre o surgimento de uma gomose seguida da murcha do ramo atacados. Nos frutos, a lagarta abre uma galeria em direção as sementes e os sintomas aparecem em forma de um orifício seguido de uma espécie de "serragem", devido à migração da lagarta e a liberação de excrementos.
O monitoramento da mariposa-oriental é feito com o uso de feromônio sexual impregnado em septos de borracha. As armadilhas de monitoramento devem ser do tipo delta, com piso colante e o feromônio sexual instalado no seu interior. A armadilha deve ser instalada no início das brotações e permanecer até a colheita, numa densidade que varia entre duas a quatro armadilhas por hectare, e numa altura de 1,8 m do solo. O septo impregnado com o feromônio deve ser trocado a cada quatro semanas e o piso sempre que perder o poder adesivo.
As recomendações para o controle constam nos registros dos produtos inseticidas no Ministério da Agricultura. De uma forma geral, as pulverizações devem ser realizadas no início da infestação da praga, reaplicando quando necessário sempre que o nível de controle de 20 machos/armadilha/semana for atingido.
No Agrofit, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, podem ser encontrados os produtos registrados e as doses recomendados para o controle ou monitoramento de G. molesta na cultura da macieira.
A utilização do feromônio de confusão sexual tem ganhado importância nos últimos anos e consiste em distribuir dentro das áreas de cultivo de uma grande quantidade de feromônio específico, de modo a elevar a quantidade deste na área, e confundir os machos, que passam a não encontrar as fêmeas para cópula, diminuindo a população das gerações futuras. Para que a técnica seja eficaz no controle, é preciso considerar a quantidade e qualidade dos liberadores utilizados, a disposição destes no pomar e a incidência de ventos, além da uniformidade topográfica, bem como o tamanho da área a ser tratada com a técnica.
