Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)

Descrição e danos

Os adultos medem, aproximadamente, 1 mm de comprimento por 0,6 mm de largura. As fêmeas são maiores e possuem o abdome com formato ovalado. Os machos são menores e apresentam a extremidade do abdome estreita, em relação as fêmeas. A coloração dos adultos varia entre o verde-amarelo e o verde-escuro, com duas manchas dorsais escuras. Os ovos são esféricos e amarelados, e com frequência são depositados entre fios de teia. A praga tem preferência pela região mediana da planta, onde forma colônias na parte inferior das folhas e tecem teias para sua proteção e dos ovos depositados. O ciclo biológico vária de 5 a 21 dias, dependendo da temperatura e umidade relativa. As melhores condições para o desenvolvimento situam-se ao redor de 25°C e pouca ou nenhuma precipitação.

As plantas atacadas pelo ácaro-rajado apresentam folhas com manchas prateadas na face inferior e áreas cloróticas na face superior, que progridem para manchas de coloração avermelhada, bronzeamento, necrose até a queda da folha. Em altas populações é comum que as folhas sejam totalmente encobertas por fios de teia. As injúrias ocasionadas resultam da alimentação e escarificação do tecido vegetal, tanto pelas formas jovens como pelos adultos do ácaro. A ação danifica as células do mesófilo foliar, reduzindo a taxa fotossintética das plantas, o número, o peso e a qualidade dos pseudofrutos. O período crítico ocorre a partir do surgimento dos primeiros botões florais. O início do ataque se dá de forma localizada (pequenas reboleiras) nas plantações, as quais devem ser monitoradas, a fim de evitar que ocorra a dispersão do ácaro para toda a área. No Rio Grande do Sul, as maiores populações são encontradas nos meses de novembro e dezembro.

Monitoramento e controle

O monitoramento deve ser realizado a intervalos semanais, observando plantas escolhidas aleatoriamente nas plantações. Analisar plantas espaçadas de 10 m, procurando compor áreas de investigação de bordas e centros, totalizando 20 plantas/ha ou 10 plantas/estufa. Em cada ponto amostral (planta) coletar um folíolo e contar o número de ácaros rajados presentes (utilizar uma lupa de 20x aumento). Marcar os locais com focos de infestação (reboleiras) para direcionamento de controle. O nível de ação de controle será quando ocorrer, em média, 5 ácaros por folíolo.

Para controlar a praga, adquirir e utilizar mudas sadias sem a presença do ácaro-rajado nas plantações. Preconizar o controle biológico pela liberação de ácaros predadores (Phytoseilus macropilis e Neoseilus californicus) nas reboleiras, previamente identificadas, quando a contagem de ácaros-rajados for inferior a 5 ácaros por folíolo. Para níveis de infestação superiores a 5 ácaros por folíolo, efetuar o controle priorizando produtos de menor impacto nas relações ecológicas, como a Azadiractina e a Beauveria bassiana. Evitar o uso nos cultivos de inseticidas piretróides. É fundamental observar o registro de inseticidas para o uso na cultura do morangueiro, o respeito à dose e ao período de carência.

Informações adicionais

Imagens

Adultos do ácaro-rajado sobre folha de morangueiro Manchas dorsais escuras características do ácaro-rajado Teias do ácaro-rajado sobre folíolos de morangueiro Folhas de morangueiro apresentando áreas cloróticas na face superior Análise de folíolos de morangueiro com lupa de bolso Ácaro predador <i>Phytoseilus macropilis</i> Ácaro predador <i>Neoseilus californicus</i> Adultos, ovos e ninfas do ácaro-rajado colonizando e revestindo as folhas do morangueiro, formando teias e alimentando-se do conteúdo intracelular, provocando manchas mais claras, levemente amareladas, nas folhas