Virose (SCV e SMYEV)

Sintomas

Vírus de morangueiros são, geralmente, latentes nas cultivares comerciais atualmente em uso. A infecção não é perceptível visualmente, em virtude da seleção genética visar a obtenção de cultivares com alto nível de tolerância a vírus. Entretanto, em plantas indicadoras clone UC-5 (um híbrido de Fragaria vesca, F. chiloensis e F. virginiana) e clone UC-10 (F. virginiana), as infecções latentes são reveladas com a expressão de sintomas.

Duas espécies de vírus detectadas foram o vírus do encrespamento do morangueiro (SCV) e o vírus da clorose marginal do morangueiro (SMYEV). Os sintomas observados de SCV nas cultivares sensíveis são formação de manchas cloróticas e necróticas associadas às nervuras, encrespamento, distorção e deformação de folhas. Alguns isolados de SCV induzem manchas necróticas em estolões, pétalas e pecíolos foliares, além da formação de estrias necróticas. Já o SMYEV produz manchamento e salpicado cloróticos, manchas cloróticas e anelares, enrolamento de folhas, clorose marginal e epinastia (curvamento para baixo) de folíolos jovens ou clorose marginal em folhas jovens, com necroses das extremidades. Além destas duas espécies, o vírus do mosqueado (SmoV) e o vírus do bandeamento (SVBV) são comuns em morangueiros. Eles induzem sintomas de clorose foliar tipo salpicado, folíolos pequenos e enfezamento/nanismo (SmoV) e bandeamento cloróticas ao longo de nervuras (SVB). Todos os quatro agentes são transmissíveis por insetos vetores e causam maior dano quando ocorrem em infecções complexas, especialmente o SmoV.

Prevenção, controle e manejo

Entre as estratégias de controle de doenças virais em morangueiros utilizadas no mundo atualmente, destaca-se a produção do material básico livre de vírus. A prevenção baseia-se principalmente no uso de material sadio, certificado, no plantio. A produção de mudas deve ser feita a partir de matrizes (plantas-mãe) sadias, livres de vírus. Matrizes para mudas são oriundas de matrizes básicas oriundas de termoterapia em conexão com cultivo de meristemas e seguidas de avaliação criteriosa da sanidade por métodos sensíveis e confiáveis, sorológicos, moleculares e/ou biológicos. A termoterapia consiste em manter plantas, ou partes delas (estolões), a 38 a 54°C por certo período, dentro dos limites de tolerância de cada cultivar. Ela confere um aumento da eficácia de eliminação de vírus por cultivo de meristemas. Morangueiros livres de vírus desenvolvem-se mais rapidamente e são mais produtivos que os controles contaminados por vírus.

Matrizes básicas devem ser propagadas em telados à prova de pulgões. Deste material derivam-se as matrizes produtoras de mudas sadias. A produção de mudas deve ser realizada em locais afastados de plantios comerciais de morangos. Ao se detectar sintomas de vírus em plantios, as plantas infectadas devem ser imediatamente eliminadas, uma vez que, devido à transmissão dos principais vírus do morangueiro por insetos vetores, a infecção expande-se rapidamente, comprometendo todo o plantio e sua vizinhança. Eliminar plantios desativados.

Informações adicionais

Imagens

Folha com salpicado clorótico e folíolos curvados para baixo, pela ação do vírus da clorose marginal (SMYEV) Folha com manchas cloróticas e folíolos curvados para baixo, pela ação do vírus da clorose marginal (SMYEV) Folha com salpicado clorótico e folíolos curvados para baixo, pela ação do vírus da clorose marginal (SMYEV) Folha com salpicado clorótico, causado pelo vírus da clorose marginal (SMYEV) Folha com encrespamento, manchas cloróticas, clareamento de nervuras e necroses associadas às nervuras, causados pelo vírus do encrespamento do morangueiro (SCV) Folhas com encrespamento e distorção de folíolos, manchas cloróticas, clareamento de nervuras e necroses associadas às nervuras, causados pelo vírus do encrespamento do morangueiro (SCV)