Mosca-das-frutas-sulamericana (Anastrepha fraterculus)

Sintomas

A mosca-das-frutas ataca diversas espécies de plantas, tanto nativas quanto cultivadas. Deposita seus ovos dentro dos frutos, perfurando com o ovopositor o tegumento da casca. As larvas nascem e, à medida que se alimentam da polpa, constroem galerias deteriorando o ambiente interno do fruto pela sua atividade digestiva. Externamente, os danos podem não ser percebidos, mas, quando os frutos são apalpados, nota-se que o tecido está amolecido em alguns locais do fruto ou de forma generalizada, dependendo do número de larvas. Os frutos acabam caindo no chão e as larvas saem do mesmo para o solo para empupar. Nesse caso, pela presença de orifícios, pode-se perceber que os frutos estão bichados.

A época de ocorrência vai depender da época de frutificação do hospedeiro principal. A chegada ao pomar de pessegueiro vai depender da presença de frutos em hospedeiros alternativos do entorno. No período de frutificação, a fêmea, através de estímulos olfativos, localiza a planta hospedeira. Os frutos disponíveis liberam compostos voláteis que atraem as fêmeas para a realização de postura. No pessegueiro, cerca de 40 a 45 dias antes da colheita, os frutos de pêssego são suscetíveis à infestação pela mosca.

Prevenção, controle e manejo

A chegada da mosca-das-frutas ao pomar representa perda potencial na produção uma vez que as moscas fêmeas, estando aptas, localizam os frutos para a realização da postura. Portanto, é necessário realizar o monitoramento, que consiste a se identificar o momento em que a população da mosca inicia a sua entrada no pomar, e seus picos populacionais para a tomada de medidas de controle. O conhecimento dos hospedeiros alternativos do entorno fornece informações importantes sobre a época de entrada da mosca nos pomares. Para tal, utiliza-se armadilhas com garrafas PET ou armadilhas McPhail com atrativo alimentar recomendado para este objetivo. Instalam-se as armadilhas antes da floração, pendurando-as na borda do pomar e próximas à área de mata. Semanalmente faz-se vistoria nas armadilhas, realizando-se a contagem das moscas que foram apreendidas na mesma. O monitoramento deve ser feito, pelo menos, durante o ciclo da cultura.

Para o controle da mosca-das-frutas o ideal é que se utilize diferentes estratégias de controle. Entre estas citam-se: a) destruição dos frutos atacados, enterrando-os a cerca de, pelo menos, 40 cm de profundidade; b) ensacamento dos frutos para evitar que as fêmeas entrem em contato com eles; c) proteção às plantas com a utilização de telas sintéticas de malha fina, que não permita a entrada das moscas; d) captura massal com armadilhas (em grande número no pomar) confeccionadas com garrafas PET; e) iscas tóxicas à base de proteína hidrolisada ou açúcar, misturado a um inseticida; f) pulverização com inseticidas, sob supervisão de um técnico habilitado.

Informações adicionais

Imagens

Macho (esquerda) e fêmea (direita) da mosca-das-frutas-sulamericana <i>Anastrepha fraterculus</i> Detalhe do ovopositor da mosca-das-frutas-sulamericana <i>Anastrepha fraterculus</i> pronto para perfurar o fruto Fruto de pêssego com galerias formadas pela alimentação de larva de mosca-das-frutas <i>Anastrepha fraterculus</i> Fruto deteriorado internamente, com a polpa escurecida e formação de galerias, pela atividade das larvas de mosca-das-frutas Pomar de pessego com frutos caídos, muitos dos quais pelo ataque da mosca-das-frutas <i>Anastrepha fraterculus</i> Armadilha bola para captura de mosca-das-frutas