As videiras são muito sensíveis às derivas de herbicidas com ingredientes ativos do tipo 2,4-D e glifosato. Os sintomas destas derivas se refletem principalmente nas folhas novas e em formação ou expansão, apresentando um formato em forma de leque e com a marcação de nervuras mais cloróticas. As bordas e os espaços entre as nervuras destas folhas também apresentam grandes irregularidades ou rugosidades. As folhas mais velhas, em dosagens mais altas, podem se apresentar mais espessas, com clorose entre nervuras, com formato de seta e bordas enroladas para cima (glifosato) ou enroladas para baixo (2,4-D). Inflorescências em desenvolvimento também manifestam deformação e perdem a fertilidade. Os ramos do ano perdem a dominância apical e ativam a brotação de ramos laterais (feminelas) com crescimento restrito, entrenós curtos e com folhas sintomáticas. Os primeiros sintomas de deriva destes herbicidas são visíveis no parreiral, em média, a partir de 3 dias após o incidente. Quando as derivas atingem diretamente as videiras no período entre brotação e desenvolvimento inicial da baga (chumbinho), causam também grandes perdas de produção no ciclo vigente. Nas pulverizações mais tardias, após a mudança de cor, estes herbicidas podem paralisar a evolução da maturação, comprometendo a qualidade da uva na colheita.
Devido à grande sensibilidade das videiras às moléculas dos herbicidas 2,4-D e glifosato, deve-se evitar o uso destes produtos na área ou nas proximidades do parreiral. Implantação de lavouras com culturas anuais (ex.: soja) nas proximidades de parreirais devem ser evitadas. Caso não seja possível, deve-se investir em quebra-ventos para minimizar os efeitos de deriva destas lavouras. Além disso, aplicações em dias de vento, por avião ou com equipamentos mal regulados devem ser evitadas em função do potencial de formação de deriva. Nas pulverizações mais próximas dos parreirais, recomenda-se o uso de bicos com redução de desvio (por exemplo, proteção contra desvio ou tipos de indução de ar) que operam em pressão mais baixa (15 a 30 psi) e produzem gotas grandes e com menor probabilidade de deriva. Normalmente, as pulverizações que proporcionam gotículas com diâmetro menor que 150 micrômetros (0,15 milímetros) representam o maior risco de deriva e devem ser evitadas.